O Brasil está avaliando a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o aço e o alumínio. Essas tarifas, que foram implementadas pelo governo americano em 2018, são um reflexo das políticas protecionistas adotadas pela administração de Donald Trump, com o objetivo de fortalecer a indústria doméstica e reduzir o déficit comercial dos EUA.
A medida foi justificada com base em preocupações de segurança nacional, um argumento que já gerou controvérsias e foi amplamente contestado por países exportadores, incluindo o Brasil. As tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio impactaram negativamente as exportações brasileiras desses produtos para os Estados Unidos, que é um dos principais mercados para esses materiais.
O governo brasileiro, junto com outros países afetados, argumenta que as tarifas violam as regras da OMC, que buscam promover o comércio livre e justo entre as nações. A OMC, como organismo internacional responsável por mediar disputas comerciais, já tem um histórico de resolver conflitos similares, com a imposição de tarifas sendo analisada sob os princípios de equidade e transparência do comércio global.
O Brasil, como um dos maiores exportadores de aço e alumínio do mundo, tem enfrentado perdas significativas devido a essas barreiras tarifárias, prejudicando sua competitividade no mercado global. Em resposta, o governo brasileiro iniciou conversações com aliados internacionais e está analisando a viabilidade de um processo formal na OMC para questionar a legalidade dessas tarifas.
Um processo dessa magnitude, se formalizado, poderia durar vários meses ou até anos para ser resolvido, mas tem o potencial de pressionar os Estados Unidos a revisar sua política tarifária, especialmente se a OMC decidir que as tarifas violam os compromissos assumidos pelos EUA no âmbito da organização. Além disso, a disputa também coloca em destaque as tensões comerciais globais, refletindo a crescente divisão entre políticas protecionistas e as normas do comércio multilateral.
A análise de um possível recurso na OMC envolve considerar diversos fatores, como o impacto econômico das tarifas sobre a indústria brasileira, a eficácia de um eventual resultado favorável, e a resposta política dos EUA, que pode reagir com novas medidas ou ajustes em sua política comercial. A disputa em questão também é um reflexo de um cenário global mais amplo, onde os países estão se distanciando de políticas de livre comércio e adotando abordagens mais nacionalistas e protecionistas, especialmente após o contexto da pandemia de COVID-19, que trouxe à tona vulnerabilidades nas cadeias globais de fornecimento.
Em suma, a avaliação do Brasil sobre recorrer à OMC contra as tarifas dos EUA sobre aço e alumínio reflete a busca por garantir os interesses de seus produtores e a defesa de um sistema comercial internacional baseado em regras claras e justas. A decisão que o Brasil tomará será estratégica, considerando o impacto econômico interno e as possíveis consequências diplomáticas de um confronto com uma potência econômica como os Estados Unidos.
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