Sarampo na Europa e Ásia Central atinge maior número em mais de 25 anos: 127.350 casos registrados em 2024
A Europa e a Ásia Central enfrentam um alarmante aumento nos casos de sarampo, com um total de 127.350 infecções registradas em 2024, conforme dados divulgados na última quinta-feira (13) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Este número é quase o dobro do total contabilizado em 2023 e representa o maior registro desde 1997, indicando uma escalada significativa na disseminação da doença.
Aumento dramático e o impacto global
O aumento dos casos de sarampo nesta região do mundo é motivo de grande preocupação, especialmente considerando o impacto que a doença pode ter na saúde pública. O sarampo, uma doença altamente contagiosa, pode causar complicações graves, como pneumonia, encefalite e até a morte, especialmente em crianças pequenas e não vacinadas. A Organização Mundial da Saúde e o Unicef destacaram que a propagação do sarampo está intimamente ligada à queda nas taxas de vacinação, que em algumas áreas da Europa e da Ásia Central não alcançaram as metas de cobertura adequadas.
Em 2024, a região registrou o maior aumento de casos desde o final dos anos 90, o que preocupa especialistas, pois indica uma possível vulnerabilidade crescente à doença em países que antes haviam conseguido controlar sua disseminação. Em 1997, a Europa e Ásia Central enfrentaram um pico de 130.000 casos, e o número atual de 127.350 aproxima-se de uma das piores crises de saúde pública relacionadas ao sarampo nas últimas décadas.
Causas do aumento e desafios de vacinação
A principal razão para o ressurgimento do sarampo é a diminuição das taxas de vacinação, o que facilita a propagação do vírus. Em muitos países da Europa, as campanhas de vacinação não têm alcançado as coberturas necessárias para garantir a imunidade coletiva, com algumas áreas sofrendo uma resistência crescente à vacina, alimentada por desinformação e hesitação vacinal. A pandemia de COVID-19 também teve um efeito negativo, interrompendo campanhas de imunização e redirecionando recursos para o combate ao coronavírus, o que impactou ainda mais a cobertura vacinal.
Além disso, em algumas nações da região, houve uma redução no investimento em sistemas de saúde pública e em campanhas educativas, o que contribuiu para o enfraquecimento das medidas preventivas contra doenças como o sarampo.
O papel das autoridades e a urgência de ações
Diante deste aumento alarmante, a OMS e o Unicef destacam a necessidade urgente de reforçar as campanhas de vacinação, especialmente em áreas de risco, para conter a disseminação da doença e evitar complicações mais graves. As organizações também ressaltam a importância de garantir que todas as crianças sejam vacinadas a tempo, uma vez que a vacinação é a única maneira eficaz de prevenir o sarampo.
Autoridades de saúde pública têm se mobilizado para aumentar a conscientização sobre a importância da vacinação e combater a desinformação que pode contribuir para a hesitação vacinal. Além disso, estão sendo feitos esforços para melhorar a logística de distribuição das vacinas e ampliar o acesso à imunização, especialmente em áreas remotas e de difícil acesso.
Desafios para o futuro
Embora o aumento dos casos de sarampo em 2024 seja preocupante, ele também serve como um alerta para a necessidade de se fortalecer a imunização global. O sarampo é uma doença que pode ser erradicada com vacinas adequadas e cobertura universal. No entanto, para alcançar essa meta, é fundamental que os países invistam na educação em saúde pública e em políticas que promovam a adesão às vacinas.
A situação atual evidencia que, sem um esforço global coordenado, doenças evitáveis como o sarampo podem se espalhar rapidamente, causando sofrimento desnecessário e sobrecarregando os sistemas de saúde. Assim, os próximos meses serão cruciais para determinar se será possível reverter essa tendência alarmante e garantir que a proteção contra o sarampo seja restaurada em toda a Europa e Ásia Central.
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